Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito: não aos despejos!
No próximo dia 31 de outubro, um dia após a realização
do 2º turno entre Lula e Bolsonaro, terminará a validade da liminar do Supremo Tribunal
Federal (STF) que suspende os despejos de família sem-teto e sem-terra. Em
outras palavras, isso significa que após garantir “a paz social” necessária à
eleição do novo administrador do Estado Burguês, as instituições de repressão
desse mesmo Estado, isto é, o judiciário e as polícias poderão ser acionadas por
latifundiários urbanos e rurais, bem como por governos municipais, estaduais e
pelo governo federal para jogar no olho da rua milhares de famílias.
No Brasil, 142 mil famílias sobrevivem em ocupações, formadas
por 97 mil crianças. Os Estados com maior concentração de famílias em tais
condições são: São Paulo (45 mil), Amazonas (30 mil), Pernambuco (19 mil), Paraíba
(10 mil) na Paraíba e Rio Grande do Sul (8 mil).
Todas essas famílias são famílias constituídas por trabalhadores
desempregados, subempregados, mal remunerados e superexplorados. A combinação
de tais condições de trabalho com o processo inflacionário que atinge, em
especial, o preço dos alimentos, o preço do gás de cozinha, o preço dos aluguéis
e a especulação imobiliária, é, portanto, a causa imediata das ocupações urbanas
que se espalham no Brasil. No caso das ocupações rurais, todos esses elementos se
somam ao avanço do latifúndio, à enorme concentração fundiária provocada pelas recorrentes
e violentas expulsões promovidas pelo agronegócio, pela mineração e pelo
extrativismo madeireiro contra pequenos camponeses pobres, ribeirinhos,
quilombolas, indígenas, etc.
Frente a isso é urgente uma campanha nacional contra os
despejos na cidade e no campo, uma campanha que tenha como centro não apenas a
permanência da proibição dos despejos, mas também a organização de autodefesa dos
trabalhadores, a partir de solidariedade política e material dos sindicatos e
centrais sindicais para garantir os espaços de moradias e de subsistência dos nossos
irmãos trabalhadores.
Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito.
Não aos despejos!
Autodefesa dos trabalhadores contra qualquer desocupação por parte do
Estado!
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