A hipócrita defesa da família: pedofilia é crime

 

Nas últimas semanas o Brasil foi dominado por declarações que naturalizam a exploração sexual e a pedofilia.  Primeiro, Damares, a recém Senadora Eleita e ex-Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, falou absurdos sobre um suposto esquema de abuso de crianças e bebês na ilha de Marajó no Pará.  Segundo, Bolsonaro em uma entrevista disse que “pintou o clima” com meninas de 13 e14 anos, refugiadas Venezuelanas, e relatou ainda uma suposta situação de prostituição. 

O abuso infantil, o crime de estupro e a existência de redes de prostituição é uma realidade mundial. O comércio da Prostituição é um negócio bilionário que é alimentado inclusive por redes de tráfico de mulheres que submetem forçadamente jovens a situação de prostituição. Todos os anos, cerca de 60 mil brasileiras são vítimas de tráfico internacional de pessoas. Ao todo, essa rede de tráfico humano movimenta mais de 50 bilhões de reais.[i]

A lucratividade do negócio de explorar o corpo de crianças, meninas e jovens se alia com a cumplicidade de autoridades governamentais que deveriam proteger as crianças e jovens, mas na verdade se relacionam diretamente com essas organizações criminosas. Além disso, a ideologia machista e o controle dos corpos por essa sociedade fazem com que a maioria dos abusos infantis ocorram dentro de casa e não são denunciados ou punidos pelas autoridades. 

Nos últimos anos, o congresso nacional vem se unindo para proibir esse debate nas escolas, justamente para que líderes religiosos, redes de pedofilia e o abuso infantil não sejam investigados, impedindo que as vítimas sejam verdadeiramente ouvidas e os criminosos punidos. Damares e Bolsonaro integram essa bancada da impunidade que tenta silenciar um combate efetivo contra o abuso infantil e a exploração sexual.

Damares em sua declaração expressou o uso eleitoral de uma situação falaciosa, mostrando todo o seu desprezo pelo tema. A declaração da Ministra só reforça a sua xenofobia contra a população marajoara e seu total desinteresse em combater o real abuso infantil, uma vez que não investiu nenhum centavo em medidas efetivas para proteger as crianças.  Soma-se a isso, o fato de que se o relato fosse verdadeiro, Damares seria cúmplice do crime, pois não abriu nenhuma investigação ou denunciou o caso às autoridades.

Por outro lado, Bolsonaro claramente faz apologia ao crime de estupro ao relatar que “pintou um clima” com crianças de 13 e 14 anos.  Não existe “clima” com jovens e crianças e sim abuso e pedofilia, justamente por isso foi uma longa batalha dos movimentos sociais para reconhecer o estupro de vulnerável.  Além disso, a xenofobia e o machismo de Bolsonaro ao vincular jovens imigrantes arrumando o cabelo dentro de casa com redes de prostituições é repugnante!

Por isso, as declarações de Bolsonaro e Damares devem ser investigas e os dois presos por seus crimes. Além disso, é necessário avançar no combate efetivo e cotidiano contra o abuso infantil e as redes de prostituição e tráfico de crianças e jovens. Fatos falsos, informações inventadas e apologia ao estupro são crimes, alimentam o abuso sexual e o grande comércio internacional de pessoas.

FORA BOLSONARO E DAMARES! INVESTIGAÇÃO E PRISÃO JÁ!

PELO FIM DO ABUSO INFANTIL! PEDOFILIA É CRIME!

CHEGA DE ESTUPRO! BASTA DE IMPUNIDADE!

PELO FIM DAS REDES DE TRÁFICO DE MULHERES E CRIANÇAS! PELA ABOLIÇÃO DA PROSTITUIÇÃO! 

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[i] Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes. Fonte:  TORRES, Iraldes Caldas. Tráfico de Mulheres na Amazônia, 2012,  pg. 17.