Misoginia Patriarcal (MP) não tem CID. Fora Anderson Vagner Gois!!

 


Por Rebeca Monteiro (Marx Brasil/Manaus) 

 Não há um segundo de paz para as mulheres! Hoje, repercutiu na mídia[1] mais um caso de  machismo. O Procurador da República Anderson Vagner Gois dos Santos de São Paulo encaminhou para uma lista interna de e-mails de servidores do Ministério Público Federal  (MPF) um texto intitulado “FEMINISMO E FEMINISTAS” no qual o procurador alega que as feministas possuem complexos de criação, problemas de relacionamento com os pais, além de classificar o feminismo como “transtorno mental”.

Segundo as reportagens, o texto incluiria ainda afirmações que mulheres casadas possuem um “débito conjugal” e que a mulher “deve ter uma boa explicação para o não cumprimento dessas obrigações, sob pena de dissolução da união e perda de todos os benefícios patrimoniais”.

O discurso do Procurador, que utiliza os meios institucionais para propagandear o machismo, é a repetição da ideia central do machismo no qual o corpo da mulher pertence aos homens. No caso dizer que as mulheres casadas estão obrigadas a terem relações sexuais, independentemente de sua vontade, com seu esposo perpétua a ideia que a mulher é uma propriedade vendida por meio de um “contrato de casamento”.

O matrimônio é muito utilizado para esconder crimes sexuais contra as mulheres. No Brasil,  em pesquisa realizada pelo IPEA em 2014, 9, 3% dos abusos sexuais sofridos por mulheres adultas são praticados pelo marido/companheiro. [2] Além disso, levantamento realizado pela ONU afirma que em mais de 20 países o estuprador consegue livrar-se do crime, casando-se com a vítima. Um verdadeiro absurdo!

Nós mulheres não somos objeto e nenhum ser humano deve ser coisificado e obrigado a   realizar um ato sexual sem a sua vontade. A cultura do estupro com as suas inúmeras justificativas assassina a alma de mulheres e meninas todos os dias.

Além disso, afirmar que os homens usam a prostituição e a pornografia por culpa das mulheres é novamente massacrar meninas, adolescentes e jovens que são empurradas para essa prática, inclusive as vítimas de redes de tráfico de mulheres, por imposição dessa sociedade que oprime, controla e lucra com o corpo feminino.

É preciso acabar com esse discurso machista e defender o absoluto direito de autonomia sobre os nossos corpos. Por isso, o Procurador da República deve ser exemplarmente punido, com a sua demissão, já existindo representações administrativas contra ele em virtude deste caso.

O ódio daqueles que lutam contra o feminismo e as mulheres feministas é justamente a tentativa de barrar o processo de avanço da consciência das mulheres que nos últimos anos construíram milhares de manifestações no mundo inteiro e se levantaram contra o patriarcado. Não vamos nos calar nem retroceder, seguimos dizendo para as mulheres trabalhadoras ocuparem as ruas e lutarem contra o machismo e o sistema capitalista.

Nenhuma tolerância com o machismo!

Punição ao PROCURADOR! 

Basta de ESTUPRO! 


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