Criança não é mãe e estuprador não é pai
Por Rebeca Monteiro
A violência contra mulheres e crianças é diária. Em Santa Catarina, uma menina de 11 anos de idade foi violentada, resultando em uma gravidez, e agora está sendo impedida pelas instituições do judiciário brasileiro de garantir seu aborto legal.
Contudo, mesmo com seu direito legalmente garantido, uma criança vem sendo constantemente violentada pelo Estado brasileiro. Primeiro, o HU- Hospital Universitário- vinculado a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) negou o direito à vítima em virtude das 22 semanas de gestão e exigiu a medida judicial para dar andamento ao procedimento. A burocracia em atender a demanda é fruto de uma recomendação do Ministério da Saúde que limita o período de semanas para o procedimento, contudo, não há esse limite na legislação brasileira.
Assim, a criança foi encaminhada a um abrigo, com o objetivo de evitar que o procedimento de interrupção da gravidez fosse realizado. Em uma decisão que claramente ataca o direito ao aborto, o aparato do Estado controla um corpo de uma criança, mantendo-a em um abrigo e colocando em risco sua saúde física e psicológica.
Após, a repercussão do caso, a família conseguiu garantir uma nova decisão judicial para efetivar o direito ao aborto e hoje uma decisão para que a menina retorne ao convívio da mãe. Contudo, esse é mais um caso em que mesmo nas raríssimas hipóteses em que o aborto é legalizado no Brasil, as instituições tardam em garanti-lo e prejudicam a saúde de mulheres e meninas.
A partir do discurso do governo Bolsonaro, que é radicalmente misógino, esses casos aumentaram. Mas, não é apenas o governo Bolsonaro o responsável por essa barbárie, todas as instituições do Estado brasileiro lutam para burocratizar o acesso ao aborto. Neste caso, a justiça de Santa Catarina aplicou o discurso da bancada da bíblia no Congresso Nacional.
Por isso, é preciso lutar e se espelhar nas conquistas das trabalhadoras da Argentina e da Colômbia, o aborto deve ser legal, gratuito e seguro, desburocratizando a sua realização pelo SUS e sem constrangimento às mulheres!
- Educação nas escolas para proteger meninas e meninos contra o abuso sexual!
-Chega de Impunidade aos abusadores e
estupradores!
- Aborto legal, gratuito e seguro!
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