Nazistas ucranianos e nazistas russos: a esquerda e seu nazista de estimação
A respeito dos primeiros estão
as grandes redes de TV, rádio e imprensa escrita tais como CNN, Fox TV, New
York Times, entre outros, que escondem o caráter antipopular e pró-nazista do
Governo Zelensky. Esses arautos do liberalismo tentam apresentar Zelensky como
um mero outsider que chegou ao poder por meio do voto e que governaria a
Ucrânia em condições “normais” do regime democrático.
No entanto, a verdade, é
que o Governo de Zelensky é um governo burguês de um país semicolonial que, em
nome de suas alianças com os grandes capitalistas dos EUA e Europa, ataca os
direitos da classe operária por meio dos elementos de bonapartismo do Estado
Ucraniano.
Não é por acaso que meses
antes da invasão russa, Zelensky tentava impor o aumento para o tempo de
aposentadoria e o aumento nos preços da energia em um país extremamente frio. Tampouco
é por acaso que tais medidas seriam implementadas a partir da repressão das
forças do Estado que mantém em seu corpo militar grupos nazistas como Azov,
Aidar e Pravyy Sektor.
Por outro lado, o que se
verifica na chamada imprensa alternativa e nas infinitas e enfadonhas postagens
de ativistas cibernéticos e de um setor da esquerda (estalinista,
neoestalinista e trotskista ingênua) é o esforço hercúleo de criar uma
narrativa na qual a agressão militar do governo de Moscou seria para
desnazificar a Ucrânia. Mas aqui, como também
o fazem os jornalistas liberais que protegem Zelensky, a verdade é
constantemente assassinada.
Ao contrário de ser um
opositor às organizações nazistas que atuam no Leste Europeu, o Governo de
Putin mantém ligações umbilicais com bandos nazistas russos e paramilitares
mercenários que atuam como grupos de extermínio na fronteira entre os dois
países em guerra.
Desde o processo
revolucionário ucraniano em 2014, abortado pelo Acordo de Minsk assinado pela
burguesia ucraniana, estadunidense e russa, Putin enviou para Donetsk e Luhansk
centenas de paramilitares de extrema-direita do Grupo Wagner[1] e do grupo nazista RIM que
atuaram como provocadores, causando atentados terroristas para incitar a
população ucraniana contra a população de origem russa e justificar assim os
pedidos de Independência dos russos que residem naquela região. [2]
Além disso, soma-se o
fato que em sua política interna, Putin se apoia no principal grupo nazista - o
Movimento Imperial Russo (RIM – sigla em inglês).
Sob a proteção da Sociedade
Voluntária para Assistência ao Exército, Aeronáutica e Marinha (DOSAAF) que tem
ligações diretas com as Forças Armadas Russas, o RIM foi fundado, enquanto
grupo nazista paramilitar, em 2008 e atua dentro Rússia para perseguir
sindicalistas, militantes de esquerda, LGBTs, judeus, muçulmanos, imigrantes e
pessoas não-brancas, e fora da Rússia para reforçar “voluntariamente” o
Exército Russo em invasões militares e para articular os demais grupos nazistas
da Europa. [3]
Com a invasão russa,
todavia, os dias dos nazistas podem estar contados, não pela atuação de Putin,
mas sim pelo desdobramento que essa invasão provoca. Diante da agressão militar
de Moscou, a composição do Exército ucraniano se modificou, ao Exército Regular
da Ucrânia, no qual estão os bandos nazistas, se somou obrigatoriamente qualquer
homem maior de 18 anos na condição de soldado contra a força de ocupação, ou
seja, homens da classe trabalhadora estão agora armados e com eles seguem
mulheres e jovens que se negam a deixar o país e se juntam à resistência.
Desses homens e mulheres,
muitos dos quais terrivelmente explorados, é possível que surja uma força
social proletária que provoque não somente movimentos de resistências contra Putin
e os nazis mercenários russos, mas também contra os nazistas da Ucrânia que protege
o governo burguês que os explora.
Desse modo, resta a
interrogante: Por qual razão diante dessas condições, os ativistas e grupos da
esquerda insistem em eleger Putin e os nazistas russos como seus bibelôs de
estimação? A resposta pode parecer simplista, mas vivemos em um tempo em que é
preciso dizer o óbvio: quando se subestima a capacidade organizativa da classe
operária, em geral também se esquece que, uma vez em perigo, a burguesia de
qualquer país não hesita em arrancar sua máscara e flertar com as forças
políticas mais macabras da formação capitalista – o nazifascismo – daí a escolha
imprudente em defender um governo capitalista falsamente menos pior.
Em síntese, ou essa
esquerda nunca conheceu os pressupostos marxistas ou se conheceu não os
entendeu ou se os entendeu preferiu os negar. Seja como for, aos ativistas e
militantes honestos, resta voltar a Marx.
Notas
[1] The Daily Beast. Disponível em: https://www.thedailybeast.com/wagners-rusich-neo-nazi-attack-unit-hints-its-going-back-into-ukraine-undercover
[2]
Dagens Nyheter. Disponível em: https://www-dn-se.translate.goog/nyheter/sverige/nato-framlingshatet-kan-godas-av-frammande-makt/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc
[3]DW. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/o-treinamento-paramilitar-de-neonazistas-alem%C3%A3es-na-r%C3%BAssia/a-53730876
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