Zona Franca de Manaus demite mais de 7 mil operários
Apesar dos seus lucros
exorbitantes, que ultrapassaram 131 bilhões de reais, os capitalistas chineses,
estadunidenses, brasileiros, japoneses, coreanos, franceses, etc. não hesitaram
em jogar no olho da rua milhares de operários e operárias, trabalhadores esses que
produziram a riqueza que gerou o lucro para os capitalistas e que agora são
descartados e submetidos ao desemprego, à miséria e à toda a sorte de desgraça que
se abate contra a classe operária manauara.
Reconhecidas por sua capacidade
produtiva mundial, por sua tecnologia ultramoderna e pela disputa interburguesa
na chamada indústria 4.0, fábricas como a Samsung, Honda, LG, Philco,
Flextronics, estão entre as que mais demitiram e entre as que mais lucram. Essa
combinação entre lucros e demissões, tem antes uma mediação – a mediação da
exploração. Todas essas fábricas, com o aval do governo brasileiro e de todos
os espectros políticos da burguesia regional e nacional, submetem os
trabalhadores à condição análoga ao regime de trabalho do século XIX. Homens e
mulheres, a maioria dos quais indígenas desenraizados (caboclos), trabalham
amontoados por mais de 12 horas em unidades mal ventiladas sob um calor de mais
de 35ºC, e em troca recebem menos que dois mil reais líquidos para reproduzir
sua força de trabalho em uma das cidades mais caras do Brasil.
Em tais condições e na presença
de um movimento sindical e político partidário que sequer é digno de ser
chamado de reformista, a Amazônia brasileira esconde em suas densas matas uma
das maiores concentrações operárias da América do Sul e um dos operariados mais
explorados e embrutecidos do mundo, cujo pagamento da força de trabalho é
inferior ao miserável pagamento da força de trabalho na China.
Diante desse cenário, a Marx
Brasil se soma à denúncia contra as demissões, mas também convida os operários
e operárias da Zona Franca a se organizarem dentro das fábricas e em seus
locais de moradia para se defender das demissões a partir da redução da carga
horária sem redução do salário, mantendo assim o emprego de todos, bem como os
convida para assumirem o controle direto da fábrica, mediante greves e
ocupações, em casos de demissões em massa e fechamentos.
Quando estamos perante a miséria,
o desemprego, o despejo, a fome e a todas as barbaridades expostas pelos capitalistas,
a nossa radicalidade deve nos parecer o caminho mais sensato, afinal esse é o
único capaz de nos garantir a mínima dignidade.
Nenhum
operário a menos!
Nenhuma demissão a mais!
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