Suzuki superexplora operários: todo apoio à greve em Manaus

 

No último dia 29 de janeiro, os operários que produzem a riqueza da Suzuki decidiram paralisar a produção devido ao valor ridículo oferecido pela empresa como Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e por melhores condições de trabalho.

Apesar da fábrica do imperialismo japonês estar entre as 12 maiores montadoras do mundo, a 3º montadora que mais vende motocicletas no Brasil, e portanto, uma das que mais lucram a partir da exploração dos trabalhadores, a Suzuki, sem nenhum pudor, ofereceu pagar aos operários da Zona Franca de Manaus nada mais que míseros 500 reais de PLR, descumprindo, inclusivo, o acordo também rebaixado que a empresa fechou com a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal) que previa um pagamento de 600 reais e 200 reais em cesta básica.

 Soma-se a isso as péssimas condições de trabalho no qual jovens operários e operárias estão expostos na unidade da fábrica japonesa instalada no Polo Industrial de Manaus. Além de não terem plano de saúde, de acordo com os trabalhadores, os acidentes de trabalho, incluindo mutilações de diversos graus de gravidade, são constantes no interior da fábrica sem que haja qualquer tipo de prevenção ou atendimento emergencial, uma vez que a Suzuki se nega a instalar um ambulatório, ambulância ou adotar equipamentos de proteção.

Mas o que explica tanta exploração e descaso da Suzuki com aqueles e aquelas que são os verdadeiros produtores de sua riqueza? A explicação reside nas razões de ser da própria fábrica. Como toda fábrica capitalista, a empresa fabril visa o lucro, e para tanto tem que explorar permanentemente, dia após dia, cada vez, a mais a força de trabalho dos operários para manter e ampliar sua margem de lucro e seguir concorrendo com as outras grandes fábricas.

 A Suzuki é uma fábrica centenária fundada na expansão do capitalismo japonês no início do século XX (1909), atualmente é uma das maiores do mundo, tendo um exército de aproximadamente 62.992 operários ao redor do mundo, dos quais é extraído um sobretrabalho responsável por um lucro médio anual de US$ 813, 6 milhões, lucro esse que é especialmente extraído do trabalho dos operários indianos, indonésios e brasileiros.

Recentemente a empresa anunciou que pretende, nos próximos 5 anos, aumentar a produção de carros eletrificados, um vasto campo da indústria 4.0, e que para isso será necessário um investimento anual de US$ 9,45 bilhões por ano, advindo da contenção de gastos com pessoal e da intensificação produtiva (leia-se aumento da exploração dos trabalhadores por meio do rebaixamento de salários e intensificação da jornada com aumento de produção por operário nas horas de trabalho).

Eis aí a razão pela qual a Suzuki superexplora os operários e operárias da Zona Franca de Manaus, negando-lhes uma PLR miserável no valor de 800 reais e obrigando-lhes a trabalhar em condições insalubres e perigosas, dignas do século XIX.

A paralisação da unidade em Manaus, portanto, é mais do que justa. Todo apoio ao operariado que enfrenta a exploração da Suzuki.

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