Justiça para Gabriel Araújo


É com consternação e profunda revolta que recebemos a notícia do assassinato do jovem Gabriel Araújo, jovem LGBT e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Estado do Espírito Santo.

Com sinais de bárbara tortura, o corpo de Gabriel foi encontrado no dia 16 de janeiro, boiando nas águas do Rio Cricaré, no município de Nova Venécia-ES. LGBT assumido, tudo indica que Gabriel foi mais uma vítima de crime de ódio – lgbtfobia, crime esse que todos os dias é responsável por humilhações, abusos, agressões e assassinatos de diversos trabalhadores e trabalhadores em todos os cantos do Brasil.

O assassinato de Gabriel Araújo interrompe um ciclo de um jovem negro, homossexual e filho da classe trabalhadora que tinha em seu horizonte associar o conhecimento científico com a dura realidade dos trabalhadores rurais. Aos 21 anos, Gabriel se preparava para cursar biologia e formar, ao lado de seus companheiros e companheiras de militância, um banco de sementes crioulas na região contribuindo para o resgate de saberes ancestrais relacionados a produção de alimentos no campo.

Sua morte, portanto, não apenas atinge a comunidade LGBT, o movimento negro e o MST, mas agride também o conjunto da classe trabalhadora brasileira, com destaque para o seu setor mais explorado e oprimido.

Nesse sentido, nós da Marx Brasil não somente exigimos justiça diante desse brutal assassinato, como chamamos todos os trabalhadores, do campo e da cidade, em especial os jovens negros, indígenas, mulheres, LGBTs e imigrantes para formar brigadas de autodefesa em seus locais de trabalho, de estudo e moradia. Se o Estado burguês é incapaz de garantir a proteção de nossas vidas, que façamos nós com nossas próprias mãos.

Camarada Gabriel Araújo, presente!

Nenhum jovem lutador a menos!

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